Pobreza avança no país e atinge um em cada quatro brasileiros
Quase 55 milhões de pessoas viveram com rendimento inferior
a US$ 5,50 por dia, o equivalente a cerca de R$ 20, em 2017, de acordo com o
IBGE
Mais
de um quarto da população
brasileira atravessou
o ano de 2017 abaixo da
linha da pobreza,
com ganhos de cerca de R$ 406 por mês.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), a situação cresceu 0,8 ponto percentual na comparação com 2016 e
afetou 55 milhões de pessoas no ano passado — 26,5% do total de 208 milhões de habitantes do país.
As informações foram apresentadas nesta quarta-feira (5) e levam em
conta indicadores do Banco Mundial.
A instituição classifica o Brasil como um país de "renda
média-alta" e sugere que qualquer pessoa que sobreviva com menos de US$
5,50 (cerca de R$ 20) por dia está em situação de pobreza.
Também
aumentou, entre 2016 e 2017, o percentual de pessoas com rendimento domiciliar
per capita inferior a US$ 1,90 por dia (cerca de R$ 7), valor configurado como
extrema pobreza global. A faixa de renda é sugerida para países de baixa renda
e aqueles marcados por conflitos recentes, como Afeganistão, Haiti e Síria.
"Ainda que haja discussões sobre diversas linhas de corte,
de acordo com a classificação de renda dos países, o valor de US$ 1,90 diários
per capita em PPD (Paridade de Poder de Compra) é atualmente o limite para a
definição de extrema pobreza global", explica o IBGE.
Em 2016, o estudo mostrava 6,6% da população abaixo desta linha.
O número avançou para 7,4% no ano passado e passou a atingir mais de 15 milhões
de brasileiros. De acordo com as informações, a pobreza no Brasil atinge mais
as crianças e adolescentes de até 14 anos e a homens e mulheres pretos ou
pardos.
Regiões
Na análise dos 55 milhões de indivíduos com renda inferior a US$
5,50 diários por regiões, quase metade deles (44,8%) estão localizados no
Nordeste do pais. A área responde também pelo maior percentual de sua população
com renda inferior à utilizada na definição de pobreza.
O percentual de pessoas na linha da pobreza também cresceu na
passagem de 2016 para 2017 nas regiões Sul e Sudeste. Por outro lado, os
Estados localizados no Norte e Centro-Oeste do país viram o percentual de
moradores cair no período.
Entres
os Estados específicos, Maranhão (54,1%) e Alagoas (48,9%) foram os que
registraram os maiores percentuais de pessoas com rendimento domiciliar
inferior a US$ 5,50 por pessoa no ano passado.
Na contramão, aparecem Santa Catarina (8,5%) e Rio Grande do Sul
(13,5%), que têm a menor quantidade de moradores vivendo em linha com a
pobreza.